Por Alessandra Fraga
É muito frequente no consultório a queixa de unhas fracas, que se quebram com facilidade, descamam, enroscam nas roupas ou que não atingem o comprimento desejado. E existe também muita desinformação sobre o assunto. Na coluna de hoje iremos conhecer melhor sobre esse problema que atinge, sobretudo, as mulheres, mas também muitos homens!
Se você tem unhas fracas, o primeiro passo é procurar seu dermatologista. Além do aspecto estético, que também faz parte dos cuidados com a beleza e higiene, as unhas podem revelar o seu estado de saúde.
A unha fraca pode ser apenas constitucional ( uma característica pessoal) mas também pode representar um sinal de alguma doença interna como o hipotireoidismo ou carências nutricionais, portanto, faça uma avaliação médica antes de sair usando o produto de uma amiga.
A causa mais corriqueira para o problema são os esmaltes. O uso ininterrupto de esmalte resseca as unhas. O ideal seria darmos intervalos de no mínimo três dias entre as passadas de esmalte. Mas nem sempre isso é possível. Com o ressecamento, as unhas ganham manchas brancas, ficam fracas e quebradiças. Além disso, manter o esmalte por muito tempo abafa demais a unha e, se ela for propensa a micose, favorece o desenvolvimento de fungos.
Mas, de um jeito prático, quais as alterações das unhas que devem ser examinadas por um dermatologista pois podem estar presentes em doenças internas? Alterações na espessura, cor e formato da unha devem ser sempre examinadas. Anemia, doenças cardiacas, renais, pulmonares e endocrinológicas podem revelar nas unhas seus primeiros sinais.
Está na moda, atualmente, o “detox” das unhas, processo que consiste em retirar as impurezas químicas deixadas nas unhas pelo uso excessivo de esmaltes, cola de unhas postiças, adesivos e outros produtos. Segundo os salões, ele deve ser realizado pelo menos a cada 15 dias. A técnica consiste em lixar a parte superior das unhas e utilizar um esfoliante na sequência. Em seguida, enxaguar as mãos e hidratá-las com um creme hidratante. Lixar a lâmina ungueal por cima não é aconselhável, pois pode deixar a sua espessura muito fina, portanto mais frágil, quebradiça e ainda sujeita a doenças como a micose.
Como algumas mulheres não conseguem deixar a unha crescer – por diversos motivos – acabam optando por um alongamento artificial. Em geral são unhas de gel, que oferecem durabilidade, resistência e melhor acabamento quando comparadas às outras técnicas. Ao aderir ao modismo das unhas artificiais, é preciso avaliar todos os benefícios e desvantagens que esta técnica proporciona. Estas unhas artificiais são moldadas diretamente sobre a lâmina ungueal com um gel que endurece diante da ação da luz ultravioleta, e em geral traz efeitos colaterais, como piora da fraqueza, falta de brilho, descamação, micoses e ocultação de doenças. Outro ponto que merece atenção é o momento da remoção. É necessário deixar as pontas dos dedos de molho em 100 ml de acetona, aproximadamente, para que a unha artificial descole da natural. O problema é que a acetona é altamente irritante e desidratante, podendo causar alergias e dermatites na pele ao redor. Além disso, a radiação UV usada para selagem das unhas pode ser prejudicial, especialmente para quem tem tendências genéticas a cânceres de pele.
Em resumo, a unha normal é transparente, lisa, suave, totalmente colada ao seu leito e apresenta crescimento contínuo. As unhas crescem, em média, 3 milimetros por mês. As unhas das mãos demoram, em média, de 4 a 6 meses para crescer da base até a ponta; e as dos pés, de 6 a 12 meses. As unhas dos homens crescem mais rápido do que as das mulheres mas claro que existem variações individuais, relacionadas à raça, idade, ambiente, ocupação, etc. Diversas alterações na cor, aparência, superfície e crescimento podem significar problemas internos. Se este é seu caso, procure auxilio médico. Se não é, então está liberada para desfilar o esmalte da moda!
* Dra. Alessandra Fraga. Dermatologista do Hospital Albert Einstein e da clínica mf. Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, American Academy of Dermatology e European Academy of Dermatology and Venearology. Fez especialização em laser na Harvard Medical School.
Publicado em 13/07/2015
Tags: como, cuidar, descamam, esmalte, Fracas, não crescem, o que fazer, prevenir, tratar, unhas
2 comentários
Cadê a parte de tratar? O texto inteiro fala de coisas q podem deixar sua unha fraca, mas não diz nada sobre o tratamento. E quem tem unha fraca pq rói e não por nenhuma deficiência? Post horrível, incompleto.. Fica dando voltas pra falar de uma coisa soh.
Prezada Louise,
Você tem razão, não expusemos tratamentos neste post pois a idéia central é alertar ao paciente que a unha fraca pode ter causas muito sérias e isso deve ser avaliado e tratado pelo dermatologista. Orientações de tratamentos pela internet são perigosas e devem ser evitadas. Em dermatologia, as lesões são muito parecidas e devem ser sempre avaliadas pelo especialista membro da sociedade brasileira de dermatologia. Procure sempre orientação médica.