Colunistas, Dra. Alessandra

A saúde da pele que circunda os olhos é alvo da preocupação não só de milhares de pacientes mas também do mundo científico. Dermatologistas e cirurgiões plásticos têm trabalhado muito no sentido de desenvolver tratamentos e tecnologias progressivamente mais eficazes para a recuperação da beleza desta região. As pálpebras de fato merecem muito cuidado porque, sendo os olhos o centro das atenções na comunicação, dificilmente a área passa despercebida e qualquer alteração pode trazer algum impacto na estética facial global.

O processo de envelhecimento dessa região envolve não só alterações de pele como pigmentações, flacidez e rugas mas também alterações de volume tais como bolsas e encovamentos. Frente a um paciente com a queixa clássica de “olheiras”, o médico deve estar atento para o componente predominante de cada caso e direcionar o tratamento de acordo com esta avaliação. Muitos pacientes apresentam sobreposições de alterações, como por exemplo, hiperpigmentação e bolsas, ou, rugas e flacidez, ou mesmo, flacidez e bolsas sem alteração de cor. E é exatamente o diagnóstico bem feito e individualizado de cada caso que deterrminará o sucesso terapêutico.

Abaixo, descrevo separadamente cada alteração.

1. Pigmentações

Embora seja uma mera diferença de cor entre a pele da pálpebra e o resto da face, em geral está associada a grande desconforto estético por provocar ar de constante cansaço. São decorrentes da deposição de melanina e da intensa circulação que corre abaixo da pele mais fina do corpo humano. Além da hereditariedade ( árabes, turcos, hindus e ibéricos tem maior predisposição genética), alguns fatores desencadeiam o escurecimento da pele das pálpebras como privação do sono, excesso de sol, tabagismo, álcool e alergias cutâneas.

Atualmente alguns tratamentos são eficazes na correção desta coloração e se fundamentam na sua capacidade de dissipar o pigmento impregnado na pele. Os principais são os peelings quimicos, a luz intensa pulsada e o YAG-laser.

2. Flacidez e rugas

O excesso de pele nas pálpebras caracteriza a flacidez e ela pode variar em intensidade. Para os casos leves, os lasers fracionados em associação com os skinboosters têm mostrado excelentes resultados por devolver colágeno localmente. Os casos moderados e intensos requerem tratamento um pouco mais invasivo com intervenção cirúrgica (blefaroplastia).

As rugas da região pericular lateral ( os famosos pés de galinha) respondem muito bem a aplicação de toxina botulínica.

3. Alterações de volume

Bolsas: Naturalmente, todos nós temos 2 bolsas de gordura localizadas atrás da pálpebra superior e 3 bolsas localizadas atrás da pálpebra inferior. O normal é que elas permaneçam inaparentes e que as pálpebras sejam planas. A “bolsa” inestética nada mais é que a proeminência de tais gordurinhas formando um relevo, um abaulamento visível pela superfície cutânea. Nesses casos está indicada a correção cirúrgica das mesmas.

Encovamento: É resultado da conformação muscular e óssea particular de cada indivíduo levando a formação de uma depressão conhecida como “vale das lágrimas”. Essas depressões podem ser eficazmente corrigidas de forma minimamente invasiva através de preenchimentos de ácido hialurônico ou com gordura do próprio paciente.

Por fim, devo concluir que a “olheira” é multifatorial e inestética mas, felizmente, chegamos a um momento tecnológico favorável a sua correção de modo eficaz e seguro.

Dra Alessandra Fraga é dermatologista do Hospital Albert Einstein e da clínica mf. Membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia, American Academy

of Dermatology e European Academy of Dermatology and Venearology. Fez sua especialização em laser na Harvard Medical School e em oncologia cutânea na Itália.

www.mfclinica.com.br

@clinicamf